Texto Complementar – Nº. 2.2
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Teorias Pedagógicas em Educação Física
Prof. Irapuan Ribeiro
BREVE HISTÓRICO A RESPEITO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
Para melhor aprofundamento neste contexto buscamos iniciar este capítulo fazendo um breve comentário sobre a Educação Física no Brasil, para podermos entender melhor a Educação Física ao longo dos tempos.
No século passado a Educação Física escolar sofreu influências das diferentes tendências pedagógicas, filosóficas, científicas e políticas que marcaram cada período, passando por mudanças significativas.
Nesse mesmo período histórico ocorreu a importação de modelos das práticas corporais, como sistemas ginásticos, alemães, suecos e método francês, entre as décadas de 10 e 20. Em seguida sofrendo influências da filosofia positivista da área médica, militar, pedagógica, competitiva e popular. A seguir abordaremos as concepções procurando levantar características fundamentais e essências de cada uma.
A Educação Física Higienista tem como papel fundamental a formação de homens e mulheres sadios, fortes, e dispostos a ação. Mais do que isso a Educação Física Higienista não se responsabiliza somente pela saúde individual das pessoas, age como protagonista num projeto de prevenção social. Desta forma os jogos recreativos, a ginástica, o desporto etc., devem antes de qualquer coisa, disciplinar os hábitos das pessoas nos sentido de levá-las a se afastarem de práticas capazes de provocar a deterioração da saúde e da moral, o que “comprometeria a vida coletiva”.
Assim, a perspectiva da Educação Física Higienista visa a possibilidade e a necessidade de resolver o problema da saúde pública pela educação. A idéia central é a disseminação de padrões de conduta, forjado pelas elites dirigentes, entre todas as outras classes sociais. Os meios para alcançar tal padrão são encontrados na adoção de um correto programa de atividade física.
Segundo Ghiraldelli (1985). A Educação Física Higienista é uma concepção que se preocupa em construir a Educação Física como agente de saneamento público, na busca de uma sociedade livre das doenças infecciosas e dos vícios danificados da saúde e do caráter do homem do povo.
A Educação Física Militarista não se resume numa prática militar de exercício físico. É, acima disso, uma concepção que visa impor toda sociedade e padrões de comportamentos repetidos. Todavia, o objetivo fundamental da Educação Física Militarista é a obtenção de uma juventude capaz de suportar combates, a luta, a guerra. Por sua vez, visa a formação do “cidadão-soldado”, capaz de obedecer cegamente e de servir de exemplo para o restante da juventude pela sua bravura e coragem.
A Educação Física Pedagogista é uma concepção que vai reclamar da sociedade a necessidade de encarar a Educação Física não somente como uma prática capaz de promover à saúde ou disciplinar a juventude, mais de encarar a Educação Física como uma prática eminentemente educativa. É mais que isto, ela vai advogar a “Educação do Movimento” como única forma capaz de promover a chamada “Educação Integral” e está preocupado com a juventude que freqüenta as escolas. A ginástica, a dança, o desporto etc., é meio de Educação do alunado, e são instrumentos capazes de levar a juventude aceitar as regras de convívio democrático e de preparar as novas gerações para o bem estar, oculto a riquezas nacionais etc.
A Educação Física Competitivista tem como objetivo fundamental a caracterização da competição e da superação individual como valores fundamentais e desejados para uma sociedade moderna. A Educação Física Competitivista volta-se então para oculto do atleta-herói, reduzindo a Educação Física a um desporto de alto nível.
A Educação Física Popular é sustentada quase exclusivamente numa teorização oralmente entre as gerações de trabalhadores deste país, que ocorreu no movimento operário e popular que buscava a ludicidade e cooperação dos trabalhadores que está intimamente ligado ao movimento de organização das classes populares para a prática social.
Na década de 70, a Educação Física Escolar, a partir do decreto n° 69.450, de 1971, passou a ser considerada como “atividade que por seus meios, processos técnicos, desenvolvem e aprimora a força física moral, cívicas, psíquicas e sociais do educando”. O decreto deu ênfase à aptidão Física e a iniciação esportiva, a partir da 5ª série como forma de que fossem descobertos talentos para representar a pátria fora do país.
Na década de 80 os efeitos desse modelo começaram a ser sentidos e contestados. O Brasil não se tornou uma nação olímpica e a competição esportiva não aumentou o número de praticantes de atividades físicas. Iniciou-se então uma profunda crise de identidade na Educação Física, que originou uma mudança significativa nas políticas educacionais. A Educação Física escolar, que estava voltada para a escolaridade de quinta as oitavas séries do primeiro grau, passou a priorizar a partir da pré-escola. O enfoque passou a ser o desenvolvimento psicomotor do aluno, tirando da escola a função de promover os esportes de auto-rendimento.
Atualmente se concebe a existência de algumas abordagens, como: psicomotor, construtivista, desenvolvimentista e a crítica, para a Educação Física escolar, sistematizando uma reflexão sobre a pratica pedagógica concreta de escola e professores, que muitas vezes dentro de situações desfavoráveis seguem inovando.
Bibliografia consultada:
SILVA, Dino Marques Fontenele. A participação dos alunos nas aulas de Educação Física no ensino médio,2007. 41f. Monografia (Graduação em Educação Física) – Curso de Educação Física, Universidade Estadual Vale do Acaraú, SobraL, 2007.
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